terça-feira, 3 de julho de 2012

I need someone to hold me


Enfrentar a realidade, para ela, é mais difícil do que parece. Fica perdida e sem forças para tal. Vive no seu mundo, aquele que ela criou para si. O mundo que é quase perfeito, mas que ainda não atingiu a perfeição. Vagueia nos seus pensamentos, na perfeição que quase alcançou. Mas, quando olha à volta, vem a frustração. Falta alguma coisa, mas o quê? Procura, volta a procurar. O problema é que não sabe do que é que está à procura.


Olha à volta e está tudo vazio. Não sabe o que fazer, por onde ir, o que procurar. Ouve os gritos da mente, mas não está lá ninguém. Pensa. “Salva-me!”, pede. “Faz-me ser uma pessoa melhor que saiba sentir!”, suplica. Mas o vazio não sai, não quer desaparecer. Permanece.


Sente o arrepio, alguém apareceu. Alguém. Mostra-me quem és. Diz-me se és tu aquilo que eu preciso. Diz-me se aquilo que sei é real. O que eu preciso. Diz-me se sabes quem eu sou. Se sabes como sou. Nada sei sobre ti, nada sabes sobre mim. Mas quem és, afinal? E eu, quem sou? Tu és tu, eu sou eu. E tu, quem és? Nada. Nada és. E eu? Nada sou.


Sente-se fraca. Tenta ser a pessoa mais forte do mundo, mas os dias passam e tudo torna-se mais difícil de suportar. É como se algo a impedisse de continuar, avançar para a frente. Uma estranha sensação de incapacidade que a faz fechar-se no seu próprio mundo. Não dá para mais, está prestes a chegar ao limite. O medo, a insegurança. É tudo.


Está presa na escuridão à espera que alguém a salve. O medo e a insegurança apoderam-se da sua alma. Está frágil, prestes a desfazer-se em pequeno fragmentos de nada. Tudo o que lhe resta é esta angústia, esta sensação de que vai sufocar dentro dos seus pensamentos, que vai continuar a cair cada vez mais. Mas, desta vez, já não vai existir nenhum País das Maravilhas.



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